28 de out. de 2016

Sanfonada

7 de set. de 2016

Encontro de Gerações de Tocadores de Sanfona de 8 baixos e Interculturalidades

O mês de setembro foi coroado no Rio de Janeiro com dois eventos significativos que trouxeram à baila a prática da sanfona de oito baixos, graças ao empenho de Mirele Guedes e Guilherme Mará, a frente do Núcleo de Expressão e Divulgação da Sanfona de Oito Baixos no Brasil.
No dia 04 de setembro, ocorreu o Encontro de Gerações de Tocadores de 8 baixos, no Parque das Ruínas em Santa Teresa, reunindo Zé Calixto, seus discípulos Guilherme Mará e Léo Rugero e Chico Paes de Assaré. Além da presença dos sanfoneiros, o evento contou com a participação especial de Beto Lemos(Rabeca), Geraldo Junior(voz), Rodrigo Ramalho(triângulo), Marcelo Mimoso(voz), Chris Mourão(percussão) e o mestre Durval Pereira no zabumba.
No dia 05, houve o evento "Sanfonada", inserido dentro do projeto Interculturalidades, promovido pela UFF. Numa mesa-redonda e apresentação muito especial, além dos sanfoneiros citados anteriormente, houve a presença estelar de Renato Borguetti, ícone da gaita-ponto e um dos baluartes da renovação do acordeon diatônico no Séc.XX. O acompanhamento ficou ao encargo de excelente regional formado por Valter 7 cordas (violão), Carlinhos Calixto(cavaquinho), Beto Marrom(pandeiro), Giló(triângulo) e Durval Pereira(zabumba). Numa apresentação inspirada, conseguiu-se levantar a plateia, sobretudo quando Guilherme Mará tocou a quadrilha "Polquinha da Dona Josefa Martins", arrancando aplausos entusiasmados. Outro momento de ápice foi Borguetti interpretando "Felicidade"de Lupcínio Rodrigues, contracantada por Zé Calixto e entoada por toda a platéia. Além disso, Zé Calixto e sua célebre interpretação de "Escadaria" e Borguetti com a arrebatadora interpretação de "Milonga para as Missões"deram o tom da noite, com um auditório repleto e entusiasmado. 
Que esta caravana possa percorrer os palcos deste Brasil afora, esse é o nosso maior desejo, em prol da valorização e do redimensionamento do fole de oito baixos no Brasil.






3 de mai. de 2016

EVANDRO DOS 8 BAIXOS - PRA NÃO MORRER DE TRISTEZA(JOÃO SILVA E KBOCLINHO...

Evandro dos Oito Baixos faleceu hoje, 03 de maio, em Pernambuco. Grande expressão do instrumento, embora não tenha edificado vultuosa carreira fonográfica e radiofônica. A geração de ouro do fole de oito baixos se despede aos poucos. Que o futuro seja mais luminoso com a música produzida neste país

25 de abr. de 2016

Léo Rugero e Galvão do Juazeiro

Domingo, 10 de abril de 2016

Notícias de Leo Rugero, Galvão de Juazeiro do Norte e Sanfona de 8 Baixos

Na madrugada deste domingo recebi notícias do bom amigo professor e sanfoneiro, guardião da cultura de tocar sanfona de 8 baixos. Transcrevo as notícias de Leo Rugero:
"Hoje, fechando com chave de ouro minha passagem por Juazeiro do Norte, estive pessoalmente com Galvão de Juazeiro, cavaleiro sertanejo, ancestralidade da cultura do sertão nordestino personificada.

O que motivou nosso encontro foi nossa devoção mútua por este instrumento, o fole de oito baixos, instrumento matricial na cultura nordestina, que se encontra em processo de extinção na microrregião do Cariri cearense. De acordo com Galvão, ele é o mais jovem remanescente desta tradição sonora, no alto de seus 68 anos.

Galvão de Juazeiro ficou maravilhado com meu livro, "Com Respeito aos Oito Baixos". De acordo com suas palavras, foi o livro que ele esperou ser escrito por uma vida inteira. Maior elogio não poderia ser recebido, vindo deste profundo conhecedor da história oral nordestina.

Nesta tarde de fole e prosa, também fui presenteado pela sabedoria de Galvão de Juazeiro, que conhece em detalhes, nomes de personagens que constituem a história do fole de oito baixos no sertão nordestino. Também é um profundo conhecedor da história do fole, revelando dados que nem mesmo os livros de historiadores europeus como o notório Pierre Monichon, descreveram, pois tratam de vestígios históricos no processo migratório e na colonização nordestina que passaram desapercebido por historiadores e etnógrafos do passado.

Outro ponto de contato que alimentou nossa conversa, foi a maestria do fole de oito baixos paraibano, centro irradiador da afinação "transportada"e da soberba influência da família Calixto como uma dos principais genealogias desta tradição sonora. Sabendo de minha estreita relação de aprendizado e pesquisa com Zé Calixto, o mestre Galvão ficou embevecido ao ouvir minha interpretação de algumas músicas do repertório de Zé Calixto, observando como o mestre foi cuidadoso na transmissão de detalhes de técnica, postura, dedihado e articulação. Se meu repertório não se esgotasse, creio que a audição se prolongaria por horas.Nunca senti tamanho orgulho por ter um dia encontrado Zé Calixto e, através dele, ter conhecido a fundamentação técnica do fole paraibano.

Também conversamos sobre a técnica suprema de Luizinho Calixto, assim como do talento de Bastinho Calixto e João Calixto. Galvão discorreu sobre os tempos de Seu João de Deus Calixto e de tempos que nem mesmo Seu Dideus conheceu, de quando se concebeu a afinação e técnica do estado da Paraíba, admirada por todos.

Tocou seu fole Koch centenário, exemplar raro entre os primeiros foles alemães que alcançaram o solo nordestino. Também se encantou com meu fole Todeschini de 1967 e seus botões de acrílico, outrora confeccionados por Zé Aragão, sob o desenho e especificação de Zé Calixto, no início da década de 1970.

Galvão do Juazeiro mantém um museu no interior do município, que contém, entre outras coisas, uma das maiores coleções de acordeões diatônicos do Brasil e, seguramente, do mundo, totalizando 23 foles em diferentes procedências, épocas e afinações.

Criticou algumas instituições, petrificadas pelo "apadrinhamento" de resquício colonialista, impedindo, muitas vezes,que a cultura seja contada e cantada pela perspectiva nativa e encontre vitalidade para superar as imposições de cunho midiático.

Também revelou seu pendor às questões mais sensíveis da cidadania, em seu trabalho de cuidado com a saúde e o bem estar de animais abandonados no sertão, onde, desde que as motocicletas e os automóveis substituíram o papel de condução e tropa,despedidos de suas funções de serventia, foram soltos, muitas vezes velhos e enfraquecidos, pelas estradas de terra do sertão.

Enfim, Galvão do Juazeiro é uma daquelas pessoas iluminadas que clareiam com sua luz por onde passa, trazendo-nos conforto ao coração e alimentando nossa alma com sua sabedoria e conhecimento.

Voltando ao Rio de Janeiro, eis que senti meu velho fole de oito baixos ressignificado, e a história de meu aprendizado e pesquisa, faz-se novamente refortalecida com a benção deste encontro.

Até logo Galvão do Juazeiro, que os bons ventos permitam que possamos nos encontrar em breve!!! Os oito baixos agradeçem".

Blog Ney Vital - Rádio Nas Asas da Asa Branca: Notícias de Leo Rugero, Galvão de Juazeiro do Nort...

Blog Ney Vital - Rádio Nas Asas da Asa Branca: Notícias de Leo Rugero, Galvão de Juazeiro do Nort...: Na madrugada deste domingo recebi notícias do bom amigo professor e sanfoneiro, guardião da cultura de tocar sanfona de 8 baixos. Transcr...

2 de mar. de 2016

XOTE TEIMOSO -=- Pedro Sousa -- Castigando o 8 Baixos

Publicado em 18 de mai de 2014

Compacto -- Pedro Sousa -- Castigando o 8 Baixos

Colaboração do Francisco Alves de Almeida "DIDI"

"Este compacto gravado em 1966 pelo Pedro Sousa é muito raro até pelo numero de cópias gravadas, gravadora também desconhecida, destaque para as faixas 'Saudades de Várzea Alegre' e 'Xote teimoso', para quem gosta de fole de oito baixos aqui está uma raridade.

Pedro Sousa foi um grande sanfoneiro, começou nos oito baixos depois passou para os oitenta e tocou até 120 baixos. Varzealegrense divulgou nossa cidade por vários Estados até o sul do País. Fazia de sua casa um "rancho' para artistas e sanfoneiros, e por lá passaram grandes nomes da nossa música regional, tais como Zé Calixto, Luizinho Calixto, Messias Holanda, Edson Duarte, e muitos outros, tocou com dois dos maiores artistas da sua época, o Trio Nordestino e Marinês.

Não teve a felicidade de gravar em grandes gravadoras, mas deixou seu recado em três oportunidades, este compacto no ano de 1966, um vinil em 1985 já constante nos arquivos do forró em vinil e um CD em 1998 que enviarei em breve.

Pedro Sousa era tudo isso e muito mais!!! Em outras oportunidades falarei muito mais deste amigo, compadre e artista forrozeiro nato. Nos deixou em 17.09.2000. Mas a sua falta ainda é sentida entre todos aqueles que tiveram a oportunidade de lhe conhecer e conviver um pouco com ele e sua musicalidade."

Compacto -- Pedro Souza -- Castigando o 8 Baixos
1966 -- Arte

01 Castigando o 8 Baixos (Pedro Souza)
02 Arrodeando a fogueira (Pedro Souza)
03 Xote teimoso (Pedro Souza)
04 Saudades de Várzea Alegre (Pedro Souza)

Para baixar esse disco, clique aqui:
http://www.forroemvinil.com/compacto-...

toninho dos 8 baixos 7 - Calango do Toninho

22 de fev. de 2016

Jornal Forró em Foco

Olá pessoal, segue o jornal Forró em Foco, que contém alguns breves textos sobre questões relacionadas ao forró, inclusive, um texto que escrevi sobre a realização do documentário "Com Respeito aos Oito Baixos" 
http://www.forroemvinil.com/jornal-forro-em-foco-marco-2015/

Jornal Forró em Foco – Março 2015

Jornal Forró em Foco - frente - mar2015
Jornal Forró em Foco - verso - mar2015
Acompanhe o Jornal Forró em Foco:
http://jornalforroemfoco.blogspot.com.br/

21 de fev. de 2016

Homenagem a Moisés Mondadori, o Cavaleiro Moisé

NOTÍCIAS DA CIDADE


24-10-2015
FESTIVAL DO RISOTO VAI HOMENAGEAR MOISÉS MONDADORI

   O Festival do Rizoto vai acontecer no lançamento oficial da Festipê 2016, no início de abril do próximo ano, e vai prestar uma homenagem a Moisés Mondadori, importante acordeonista da história do folclore gaúcho. As entidades estão se organizando e vão preparar o cardápio pensando na cultura culinária dos que povoaram nossa comunidade, entre eles o Imigrante, o africano, e o índio, com ingredientes tradicionais e os orgânicos.

QUEM FOI MOISÉS MONDADORI
Paixão Côrtes foi historiador e idealizador da semana farroupilha, e pesquisou Moisés Mondadori.

Que diz: "Mas tão importante quanto a ideia da chama crioula, ou a da criação do CTG 35, o movimento foi relevante como impulsionador das pesquisas que foram empreendidas rumo ao Interior em busca das raízes e do folclore gaúcho. Paixão encontrou em Ipê (hoje município, mas que antes pertencia a Vacaria) o velho gaiteiro Moisés Mondadori, o mais importante da “geração gramophone”, que foi o primeiro a gravar a música Boi Barroso num disco prensado pela casa A Elétrica em 1913."

No livro A sanfona de oito baixos na música instrumental brasileira - Por Leonardo Rugero Peres (Leo Rugero), encontra-se registrado:

A música instrumental da gaita-ponto:
"No sul do Brasil, especialmente no Rio Grande, a gaita-ponto está indissociavelmente relacionada à interpretação de temas musicais que acompanham as danças tradicionais gaúchas. Através de selos musicais regionais como a Casa “A elétrica”, a música da gaita – ponto começa a ser registrada ainda no segundo decenio do século XX.
   É provavel que a gravação original de Boi barroso, em 1914, por Moisés Mondadori, seja o “marco zero” da história oficial da gaita-ponto brasileira. Também conhecido por Maestro Cavalheiro Moisé Mondadori, foi indubitavelmente um percursor na discografia da gaita-ponto de 8 baixos à nível nacional, tendo regravado esta música em 1974 à convite de Marcus Pereira para a coleção “Musica Popular do Sul”."

14 de fev. de 2016

Chorinho de Landinho

SONS DE CANUDOS - CIRCULAÇÃO - LANDINHO PÉ DE BODE

Landinho Pé de Bode e Banda

SEU ELIAS DANIEL tocador de fole dos Pontões de Pombal

Enviado em 29 de out de 2011

SEU ELIAS DANIEL, GRANDE PERCA NO FOLCLORE POMBALENSE. Seu Elias Daniel, homem pacato, doce e sereno, sinônimo da força negra revigorada na energia solar do nosso sertão abrasador. Quando puxava o seu fole de oito baixos conduzia com maestria "Os negros dos pontões" que fazem anualmente o translado do rosário numa bonita procissão e que enchem de lágrimas os olhos de quem assiste aquele espetáculo popular vivido a céus abertos, de passos lentos, cabeçinha inclinada para o lado com o peso do tempo sobre as costas caminha em noites calmas pela Getulio Vargas tendo como fundo musical as novenas da matriz do Bonsucesso. Já de bengala na mão e sobre a cabeça o seu chapéu de massa era um transeunte quase que invisível aos olhos desta nova geração mais que deixa um legado cultural riquíssimo para seus amigos, filhos e porque não dizer todos aqueles que queiram beber da sua fonte inesgotável de sabedoria popular. Acordamos mais tristes é verdade porque o pássaro que enfeitava o bando colorido que pousava no largo da igreja do rosário agora voa sozinho, seu ultimo vôo abrindo as asas para um novo céu com a certeza que cumpriu a sua missão nesta penosa caminhada terrena. Voa seu Elias Daniel, voa embalado nas valsinhas que o senhor tanto tocou, voa conduzido por milhares de anjos que neste momento devem está fazendo o último túnel de varas coloridas e maracás tilintando para festejar a sua chegada. Não foi preciso galgar os degraus do capitalismo para demonstrar riquezas, pois a sua maior riqueza era a humildade, a serenidade e a religiosidade que se fazia alicerce para a sua estadia no meio de nós. Era um Daniel, era um ser iluminado, era um artista rústico que teve o privilégio de subir nos maiores palcos deste estado e porque não dizer deste país, e o que mais nos impressiona era a "primazia" mais que acertada no título do trabalho do cantor e compositor" Luizinho Barbosa" ao denominar este seguimento musical de raízes. Seu Elias era inocente como uma criança, não havia malicia em seu falar nem a ganância fruto da ignorância e perdição dos homens do nosso tempo, pois ao término de cada apresentação sentava-se na espera daqueles que o conduziam sem dizer se quer uma só palavra. Quantas lembranças me vem a mente neste instante, das nossas viagens para a capital, ao BNB Cultural de Sousa PB, as inesquecíveis FENART e os ensaios no CENTRO LIVRE DE ARTE POPULAR --POMBAL PB. Conheci um Elias pai, amigo, mestre, sereno que transmitia-nos a paz apenas com um simples toque de olhar, um Elias responsável que mesmo já tendo a saúde tão debilitada nunca se negou a empunhar o seu fole para dar seqüência a coreografia dos negros dos pontões numa farra quase que tribal. Voa Mestre Elias Daniel voa e prepara-nos uma valsinha para nos recepcionar na última viagem que faremos para lhe encontrar.

AUTOR: *Zé Ronaldo ( Professor e Artista Popular ).

nego lé dos oito baixos são domingos de pombal pb

13 de fev. de 2016

Abdias - Oito baixos pra frente





Para não deixarmos passar em branco a data de aniversário de Dominguinhos, que estaria completando 75 anos no dia 12 de fevereiro, que tal este"Oito Baixos pra frente", parceria de Dominguinhos e Anastácia, na interpretação do mestre Abdias dos Oito Baixos, em 1971

10 de fev. de 2016

MANOEL DE ELIAS - NOVELA GABRIELA 1975




Publicado em 29 de dez de 2015 no youtube

Video onde aparece Manoel de Elias na novela "Gabriela" de 1975.
Cantor. Compositor. Acordeonista. Irmão do também compositor e sanfoneiro Zé de Elias. Pai de Chiquinha do Acordeom. Autodidata, incentivado pelo pai, que era músico, começou a aprender sanfona de 8 baixos aos 5 anos de idade. Ainda jovem, mudou-se com a família para Santa Cruz (RN), onde exerceu a profissão de afinador de sanfonas. Faleceu aos 95 anos de idade, no município de Belford Roxo (RJ), em decorrência de um câncer de próstata. Na época, era considerado o mais velho dos sanfoneiros de 8 baixos.

9 de fev. de 2016

MEU CANARINHO - MINHA BEIJA FLOR

'Não vai cair, vai continuar', diz Heleno dos 8 Baixos sobre legado da sanfona

'Não vai cair, vai continuar', diz Heleno dos 8 Baixos sobre legado da sanfona

Sanfoneiro é um dos homenageados do São João de Caruaru, Agreste de PE.
Ele conta a história e as dificuldades que passou até alcançar o sucesso.

Thays EstarqueDo G1 Caruaru
Heleno dos 8 Baixos, músico (Foto: Thays Estarque/ G1)Heleno iniciou a carreira em Caruaru, onde construiu uma escola de sanfona (Foto: Thays Estarque/ G1)
O músico Heleno dos 8 Baixos, de 54 anos, é um dos homenageados do São João de Caruaru, Agreste de Pernambuco, ao lado do Mestre Manuel Eudócio e Eduardo Campos. Tendo bagagem que inclui a indicação ao Grammy em 1991, com o disco “Brasil Forró”, ele afirmou em entrevista ao G1 que a celebração é um presente de Deus. "É uma grande coisa para qualquer artista, mas principalmente para mim que sou da terrinha”, completa.
Nascido no Sítio Boqueirão, em Ibirajuba, Heleno teve um começo difícil, conta que a família não tinha condições financeiras e que estudou somente até a 4ª série em um grupo educacional - quando um professor reúne crianças e adolescentes da localidade para ensinar todas juntas, em uma mesma sala de aula montado no próprio sítio. “A única coisa que me arrependo nessa vida e que tenho inveja é de não ter estudado mais. O conhecimento é o bem mais precioso do homem”.
A gente nunca sabe de tudo,
os que dizem que sabem
estão mentindo”
Heleno, músico
Vindo de uma família de ciganos, relata que a música sempre esteve presente na casa. “Minha mãe cantava coco de roda, meu pai tocava vários instrumentos e meu irmão na sanfona. Eu mesmo comecei no berimbau de lata e passando por gaita de boca”. Porém, fez questão de afirmar a real paixão: a sanfona de 8 baixos. “No meio de 50 sanfonas, é ela que faz a diferença”.
Aos 12 anos, Heleno foi apresentado a Manoel Maurício, um sanfoneiro conhecido no meio musical por ter um jeito próprio de tocar. Com ele, morou na cidade de Belo Jardim até os 15 anos e aprendeu a tocar os 8 baixos. “Já com idade, tinha uma mania de só me ensinar à meia-noite”, relembra. Autodidata, o músico não sabe ler partituras, mas o mestre ensinou os dois tipos de afinações: a usada no Rio Grande do Sul e na Europa e a Nordestina. "Mesmo já tendo lançado CDs, não deixei de aprender com Manoel até sua morte. A gente nunca sabe de tudo, os que dizem que sabem estão mentindo”, acredita.
Início em Caruaru
A música só se tornou um meio de vida quando se mudou para Caruaru. “Construí minha primeira casa na Rua Macaparana, Cohab I. Foi onde criei minha família. “Passei muita dificuldade. Tinha um ponto na Rua Matriz que os artistas iam para conseguir shows. Ficava sentado o dia todo esperando que aparecesse algo”.
Na chamada "Capital do Agreste", o conforto ainda estava distante e Heleno diz que chegou a passar fome. Contudo, o carinho pela cidade é tanto que ela foi a escolhida para a construção de uma escolinha, com intuito de perpetuar os ensinamentos que aprendeu. Fica no Bairro Vassoural. “Estou muito orgulhoso dessa semente que estou plantando. Agora, estou aprontando a nova geração”, em referência aos alunos e um em especial David, um jovem de 15 anos com quem vai se apresentar no dia 24 de junho, no São João de Caruaru. “É uma riqueza, um presente saber que a sanfona dos 8 baixos não vai cair, vai continuar”, acredita.
Atualmente, o artista possui seis sanfonas e cada uma recebe o nome de uma pessoa que foi importante durante a caminhada até o sucesso. Com orgulho, mostra a mais recente aquisição, que tem um segredo especial. Heleno afirma que a francesa Serafini é a única no mundo com duas afinações, o sol dó e o sustenido si. “Só existe duas, essa e outra que está na minha casa em São Paulo. Junto com Marque Serafini, criei esse modelo de um sonho que tive”, confidencia.

6 de fev. de 2016

Multiciência: Como é bom saber e poder tocar uma sanfona

Publicado originalmente em http://multicienciaonline.blogspot.com.br/2015/06/como-e-bom-saber-e-poder-tocar-uma.html?spref=bl


Como é bom saber e poder tocar uma sanfona


Por Brena Souza
  

Luiz Gonzaga foi o precursor e criador do baião, por isso ganhou o posto de rei. Também agregou o xote, o forró e as marchinhas juninas puxando o fole que aprendeu com o pai Januário. E levou toda essa mistura para e dentro e fora do Brasil. Gonzagão utilizou o instrumento para difundir a cultura nordestina por meio de suas composições, numa época em que esses gêneros não eram tão conhecidos nacionalmente e chegou até a enfrentar o preconceito principalmente no sudeste. Só que sua música e de parceiros vingou com grandes discos e clássicos que fazem parte da história da MPB, a exemplo de Asa Branca e Assum Preto.


Instrumento vira paixão de jovens seguidores, como Renan Mendes.

Hoje, percebe-se que a versatilidade da sanfona ou acordeon traduz os diversos ritmos desde o forró pé-de-serra à música clássica, atraindo variados públicos. No São João, há uma efervescência cultural que multiplica seguidores de Gonzaga puxando o fole por onde passa. Muitos com zabumba e triângulo. Em Juazeiro-BA, o músico Raimundinho do Acordeom lembra com saudade dos tempos em que surgiu aos 17 anos, seu interesse pelo instrumento.

“Passei a infância no sertão, no povoado de Riacho da Massaroca, em Curaçá. Na casa dos meus parentes quase sempre tinha uma sanfona. Aconteciam sempre os bailes que o saudoso Vicente do Riacho fazia e era o cara que quando fazia o forró a noite de São João durava três dias de festa. Então eu nasci nesse terreiro”, conta Raimundinho. 

Dominguinhos
O músico que está no mercado desde os anos 70, falou ainda sobre suas influências do cenário musical nordestino. “O rei Luiz Gonzaga foi o primeiro a fazer sucesso com o, xote, xaxado, as modas juninas. Eu alcancei Luiz Gonzaga como o primeiro, depois veio Marinês, Dominguinhos e os filhotes dele”. 

Engana-se quem pensa que somente toca sanfona aqueleque almeja seguir uma carreira musical. O engenheiro agrônomo Rafael Borges, 28, disse que seu interesse pelo acordeom surgiu quando ainda estava na faculdade. Desde então, se apaixonou pelo instrumento. “Comecei por influência do meu curso, o pessoal gostava muito de forró então fui entrando nesse círculo. Deixei de amar o violão e a bateria e comecei a tentar aprender a sanfona”, explica.

Apaixonado pela cultura nordestina, ele não esconde o prazer ao tocar o instrumento. “A sanfona liga a regionalidade da pessoa à música e ao prazer que você sente quando desenvolve aquilo que gostamos. Gosto tanto de tocar bateria, como de tocar violão, mas me entusiasmo mais com o acordeom”, destacou.

Targino Gondim, músico e idealizador do Festival Internacional da Sanfona
O instrumento ícone da cultura popular nordestina também revela seu viés erudito, quando se torna parte integrante de concertos. Tanto que na segunda edição do “Festival Internacional da Sanfona”, realizado em 2010, as cidades irmãs de Juazeiro-BA e Petrolina-PE, no Vale do São Francisco, receberam o acordeonista italiano Mirco Patarini aplaudido por todo o público ao mostrar seu talento nos acordes clássicos.

A queridinha das festas juninas - O pesquisador e músico, Leonardo Rugero Peres, em seu ensaio “A sanfona de oito-baixos na música instrumental brasileira”, publicado no site Músicos do Brasil, descreve como a queridinha das festas juninas surgiu. A sanfona de oito-baixos originou-se no século XIX na Europa, mas foi se inserindo em vários países e recebendo diferentes nomes, inclusive no Brasil. Em 1829, que o inventor vienense CyrillDemian batizou de “acordeom” o instrumento que mais tarde aperfeiçoado, seria um ícone cultural em vários países e em diferentes ritmos.

Aqui no Brasil ela é gaita-de-ponto, cabeça-de-égua, pé-de-bode, fole de oito-baixos entre outras nomenclaturas, e é incessantemente tocada nas festas juninas do Brasil.

Sanfona ou Acordeom? – Eis a questão que ronda a cabeça de muitos que se interessam por conhecer o instrumento. Leo Rugero responde em seu ensaio, para não deixar dúvidas aos apaixonados pelo instrumento. Sanfona e acordeom são instrumentos diferentes. Segundo Leo, a sanfona de oito-baixos possui como característica marcante, a bissonoridade. Isso significa que abrindo o fole (parte onde estão as pregas do instrumento) um botão corresponde a uma nota, e fechando a outra. Ou seja, o movimento do fole determina a nota. Já no acordeom de teclado, cada tecla produz uma nota independente da abertura do fole.

Para quem gosta do som do acordeom, ouça Luiz Gonzaga e a eterna Respeita os oitos baixos do teu pai

SEU ZÉ CUPIDO , MARSAL E MIRA CUPIDO - O TICO DO CALANGO

29 de jan. de 2016

Texto – Com respeito aos oito baixos

Leo Rugero e Ze Calixto p
*Texto enviado pelo Léo Rugero
A sanfona de oito baixos é um dos instrumentos matriciais do forró, sendo o instrumento que marca a infância de Luiz Gonzaga e a fundamentação do estilo da sanfona nordestina.
De acordo com o musicologo paraibano Batista Siqueira, a sanfona de oito baixos teria substituído a viola de arame, se tornando o principal instrumento solista nos bailes rurais da região Nordeste na virada do Séc.XX.
Nesta região, este pequeno acordeon de origem vienense, composto por vinte e um botões para a mão direita e oito botões para a mão esquerda, seria mais conhecido como “harmônica de oito baixos”, “fole de oito baixos”, “pé de bode”, “concertina” ou, simplesmente, “ fole”.
 Luiz Gonzaga, descrevendo os talentos de seu pai, Januário, descreve que ele “tinha duas habilidades, pegava no bacamarte e tocava sanfona, para divertir a cabroeira nos dias de sábado e domingo”. Conseqüentemente, também foi o primeiro instrumento do rei do baião. Em 1920, quando contava com apenas oito anos de idade, Gonzaga adquiriu sua primeira sanfona, um fole de oito baixos da marca alemã Koch. Portanto, embora este instrumento tenha se difundido por toda a região Nordeste, foi mais precisamente na Fazenda Caiçara, no sopé da Serra do Araripe, em Pernambuco, que o fole de oito baixos entraria definitivamente para a história da música nordestina.
O velho Januário, não era apenas um afamado sanfoneiro, também sendo reconhecido como um requisitado afinador de sanfonas. Então, durante sua infância e adolescência, o menino Gonzaga cresceu entre os pequenos foles de oito baixos e seus intrincados sistemas de botões. Luiz Gonzaga descreve em suas memórias que se “aproveitava das velhas harmônicas” que seu pai consertava, e, aos poucos, já era capaz de tocar “qualquer marca, qualquer tipo, fosse simples, si bemol ou semitonada”.
Naquela época, no Nordeste, ainda não haviam se difundido os modernos acordeões com teclados de piano para a mão direita e 120 baixos para a mão esquerda, que se tornariam o instrumento principal do forró pé de serra, sobretudo a partir da consagração fonográfica e radiofônica de Luiz Gonzaga, anos mais tarde, no final da década de 1940.
“Si bemol” ou “transportada” é a designação popular para a afinação específica que se consagraria como a maneira nordestina de afinar as sanfonas de oito baixos. Até hoje, a origem deste sistema é algo que se perde na noite dos tempos. Examinando sanfonas remanescentes da época de Januário, foi possível constatar que esta afinação já estava presente na região Nordeste ainda nas primeiras décadas do séc.XX, como atesta a história oral relatada por Luiz Gonzaga.
O repertório tradicional da sanfona de oito baixos da região Nordeste se constituiria basicamente de música predominantemente instrumental relacionada às danças praticadas nos bailes rurais nos albores do séc.XX. Parte considerável destas danças eram de origem européia, tal como a scottish – que se transformaria em xote, e a quadrilha – que se tornaria o arrasta-pé. Porém, também surgiriam danças de possível origem autóctone, como o xaxado e o baião – este último, presenciado por Euclides da Cunha em seu relato sobre a Guerra de Canudos, no final do séc.XIX. O poeta e jornalista Bráulio Tavares reforça esta perspectiva, ressaltando que os “forrós sertanejos eram animados quase sempre por música instrumental.(…) Além dos temas instrumentais, também surgia um grande número de canções folclóricas, que estavam na memória de todos, e eram cantadas em conjunto”.
Para muitos, o repertório de sanfona de oito baixos corresponde ao que há de mais antigo e tradicional no baile nordestino. Provavelmente, esta crença reforça a impressão de que a sanfona de oito baixos esteja constantemente associada ao passado rural e arcaico, ainda que se considere que tenha substituído instrumentos predecessores como a viola, o pife e a rabeca.
Em 2012, por intermédio do Prêmio Centenário de Luiz Gonzaga da FUNARTE, pude realizar um sonho, que foi a filmagem de um documentário de media metragem sobre a sanfona de oito baixos na região Nordeste. A idéia deste filme era refazer o percurso de minha pesquisa de campo que havia permeado a dissertação de mestrado intitulada “Com Respeito aos Oito Baixos”, realizada na Escola de Música da UFRJ, entre 2009 e 2011.
Através do incentivo da FUNARTE, pude, ao lado de dois cinegrafistas – Débora Setenta e Marcílio Costa, um assistente de câmera – André Fontes e um motorista – Silvério Candido, retornar à Paraíba, Ceará e Pernambuco, em alguns dos principais cenários por onde a sanfona de oito baixos continua a ser tocada e reinventada, através das mãos de hábeis tocadores. No filme, se destacam as participações de Joquinha Gonzaga, representando a dinastia da família Gonzaga; de Nego do Mestre, sábio conhecer do passado musical da região Nordeste; de Zé Calixto, Luizinho Calixto, Geraldo Correia e Arulindo dos Oito Baixos, importantes sanfoneiros reconhecidos por suas atividades profissionais como grandes solistas deste difícil instrumento; de jovens tocadores como Antonio da Mutuca e Ivison Santos, prova viva de que o “roncado” dos oito baixos ainda ressoam forte no solo nordestino.
Para mim, o maior trunfo deste projeto foi ter sido realizado o lançamento oficial deste documentário na Praça da Matriz, em Exu, cidade natal de Luiz Gonzaga, no dia 12 de junho de 2013, graças a Lello Santana, Marlla Teixeira e Helenilda Moreira, então secretária de Cultura do município de Exu. Foi como retornar ao solo sagrado, “de onde veio o baião” e levar a história ao caminho de volta para o cenário de onde surgiu aquele ser iluminado chamado Luiz Gonzaga do Nascimento, que, caso não tivesse existido, provavelmente, não estaríamos dançando, cantando, tocando, escrevendo e falando sobre forró, tal como fazemos hoje em dia no Brasil.
Assim, “Com Respeito aos Oito Baixos” é uma viagem ao âmago, ao cerne que sustenta e fundamenta os primórdios da sanfona na região Nordeste.

Video 8 Baixos Cabaçal - Mará e seus 8 Baixos e a banda cabaçal dos Irmã...

27 de jan. de 2016

BAU DOS 8 BAIXOS

Bau dos oito baixos era o nome artístico de Sebastião Moraes(1939 - 2002), representativo sanfoneiro caruaruense.
Seu maior êxito fonográfico foi a música virtuosística "Botão Variado", brilhantemente gravada por Abdias em 1975.
Era conhecido por sua performance espalhafatosa, que incluía números circenses, onde realizava toda sorte de evoluções coreográficas com o fole de oito baixos. Este raríssimo vídeo registra este aspecto de suas performances.


Forró no Asfalto 1986 Gerson Filho e Lourinho do Acordeon.

Clemilda e Gerson Filho regressariam ao Nordeste no final da década de 1970, fixando-se em Aracajú, Sergipe. Desde então, comandariam um programa televisivo chamado "Forró no Asfalto". Nesta edição, de 1986, temos Gerson Filho, indubitavelmente, o maior divulgador da sanfona de oito baixos em afinação natural. Uma lenda do forró que se encontra esquecida.


Forró no Asfalto 1986 Gerson Filho e Lourinho do Acordeon.

23 de jan. de 2016

Hermeto Pascoal - Agreste (1978)

Nos compassos iniciais desta sublime suíte orquestral de Hermeto, podemos ouvir seu pai, o Pai Pascoal, tocando seu fole de oito baixos. Poucos segundos que valem a raridade do registro.


22 de jan. de 2016

Passeando nos 8 baixos: Ivison Jovem músico pernambucano lança seu primeiro registro

http://culturabrasil.cmais.com.br/colunas/lancamentos/passeando-nos-8-baixos-ivison

Pé Duro dos 8 Baixos - Retrospectiva

A HARMÔNICA

O músico e pesquisador Antônio Anselmo tem resgatado uma das vertentes menos difundidas do acordeon diatônico no Brasil, o estilo que se difundiu no estado do Acre. Vale a pena observar este registro!

20 de jan. de 2016

JUCA BINIOTTO CANTANDO CALANGO NO GRUPO ETA CALANGO NO FESTIVAL VALE DO ...

Os 8 Baixos do Leo Rugero




Em 2013, tive a oportunidade de participar do festival Rootstock, em São Paulo. Na ocasião, realizei o lançamento de meu documentário "Com Respeito aos Oito Baixos",. Além da exibição do filme, houve uma pequena apresentação, que contou com as inesperadas participações especiais de Lene dos Oito Baixos, entre outros músicos do mundo do forró. Na ocasião, Everaldo estava lá, não apenas documentou o evento como postou no youtube, através de seu canal "fole de 8 baixos", um dos maiores canais de vídeos da rede.



Publicado em 25 de nov de 2013

Leo Rugero é Cineasta e Músico; há mais de 5 anos que ele está envolvido com projetos em prol da Sanfona de 8 Baixos. Primeiro escreveu um livro e agora fez um filme "Com Respeito aos 8 Baixos" onde narra toda a trajetória da Sanfona de 8 Baixos, passando por Januário pai do Luiz Gonzaga, João de Deus pai do Zé Calixto, e todos os Sanfoneiro da Família Calixto. O filme tem as participações de membros da Família Gonzaga, família Calixto, Abdias, Geraldo Correia, Antonio da Mutuca e vários outros Sanfoneiros. O filme foi rodado nos Estados de Pernambuco, Paraíba e Rio de Janeiro. O Leo já apresentou o Filme no Nordeste, Rio de Janeiro e veio a São Paulo para apresentar o Filme durante o Festival Rootstok.
Estive com o Leo Rugero no festival Rootstok e senti que temos algo em comum: gostamos demais da Sanfoninha de 8 Baixos. Ele começou tocando 8 Baixos com afinação Natural no estilo "Gaita Ponto" usado no Sul do Brasil. Como ele narra no seu Filme, depois que conheceu Zé Calixto sua vida mudou e passou a gostar mais ainda do Fole de 8 Baixos. Comprou outra Sanfona e deu para Arlindo dos 8 Baixos fazer o transporte de afinação no estilo nordestino, a mesma afinação usada pela grande maioria dos tocadores de 8 Baixos inclusive o próprio Arlindo, Zé Calixto, Geraldo Correia e muitos outros. Atualmente o Leo toca em duas afinações diferentes da Sanfona de 8 Baixos e ministra aulas deste instrumento; ele esta envolvido em um projeto da Secretaria da Cultura do Rio de Janeiro.
Após sua apresentação no Rootstok o Leo saiu do palco tocando junto com o Lene dos 8 Baixos numa passeata pelo Parque até o Auditório onde seria exibido o seu Filme.

O Filme "Com Respeito aos 8 Baixos" é um presente aos simpatizantes do "Pé de Bode"; o Leo me presenteou com um exemplar do filme, e ao vê-lo novamente em casa me emocionei novamente; é um belíssimo trabalho. Parabéns ao Leo e toda sua equipe de produção.